Mindray 2021-05-18
Estima-se que 415 milh?es de pessoas no mundo vivam com diabetes, ou seja, 1 em cada 11 adultos na popula??o mundial. 46% das pessoas com diabetes mellitus n?o foram diagnosticadas.
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O diabetes mellitus está associado a um grupo de anormalidades de lipídios e lipoproteínas plasmáticas inter-relacionadas; esta condi??o comum é chamada de dislipidemia diabética. A dislipidemia diabética significa que o perfil lipídico está indo na dire??o errada. ? uma combina??o mortal que coloca os pacientes em risco de doen?a coronariana e aterosclerose.
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A doen?a cardiovascular pode ser a causa mais comum de morte em pacientes diabéticos. E a maior propor??o de DCVs é atribuída à ocorrência de dislipidemia aterogênica.
A dislipidemia diabética é extremamente comum no diabetes tipo 2 (DM2), afetando cerca de 70% dos pacientes.[1]
Um estudo chinês mostra que a prevalência de dislipidemia foi de 39,9%, 46,8% e 59,3%, respectivamente, em participantes chineses com glicose normal, pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2 (DM2).[2]
A insulina desempenha um papel central na regula??o do metabolismo lipídico. Estudos mostram uma liga??o entre a resistência à insulina, que é um precursor do diabetes tipo 2, e a dislipidemia diabética, aterosclerose e doen?as dos vasos sanguíneos. Além disso, essa dislipidemia é frequentemente encontrada em pré-diabéticos, pacientes com resistência à insulina, mas com glicose plasmática normal.
A resistência à insulina está associada a um aumento do fluxo de ácidos graxos livres (FFAs) que contribui para o aumento da produ??o de TG que, por sua vez, estimula a montagem e a secre??o de VLDL nos hepatócitos. O acúmulo de gordura no fígado está associado ao estresse oxidativo e à peroxida??o lipídica. Além disso, os indivíduos DHGNA têm secre??o aumentada de marcadores inflamatórios, glicose plasmática e uma diminui??o na concentra??o de HDL.[3]
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A hipertrigliceridemia e o HDL reduzido comumente ocorrem no diabetes tipo 1 mal controlado e até mesmo na cetoacidose.[4]
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A dislipidemia diabética compreende um grupo complexo de anormalidades lipídicas e lipoproteicas potencialmente aterogênicas. ? caracterizada por colesterol HDL reduzido, uma predomin?ncia de partículas pequenas e densas de LDL e triglicerídeos elevados.[5]
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Pequenas partículas densas de LDL s?o uma característica proeminente da dislipidemia diabética e o número dessas partículas aterogênicas está aumentado. Foi repetidamente confirmado que a concentra??o de TG plasmático é o determinante mais importante do tamanho do LDL. Por outro lado, até que o diabetes evidente seja alcan?ado, o tamanho do LDL diminui progressivamente à medida que a toler?ncia à glicose piora. Essa diminui??o é maior nas mulheres do que nos homens.[6]
O monitoramento do LDL-C convencional pode ser enganoso em pacientes diabéticos; o nível de LDLC n?o é necessariamente proporcional ao número de partículas de lipoproteína. Portanto, requer monitoramento específico para pacientes com dislipidemia diabética.
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Uma vez que cada partícula de LDL contém uma molécula de ApoB-100, o número de LDL pequeno e denso é aumentado e, da mesma forma, a concentra??o de ApoB-100 aumenta em rela??o direta. Consequentemente, as concentra??es de ApoB s?o um marcador do número de partículas aterogênicas e a hipertrigliceridemia com hiper-ApoB-100 é uma característica bem conhecida da dislipidemia diabética e de outras condi??es.
Por causa das mudan?as frequentes no controle glicêmico em pacientes com diabetes e os efeitos sobre os níveis de LDL, HDL, colesterol total e triglicerídeos, a Associa??o Americana de Diabetes (ADA) recomenda que os níveis de lipídios sejam medidos todos os anos em pacientes adultos. Se os valores estiverem em níveis de baixo risco (LDL <100 mg/dl, triglicerídeos <150 mg/dl e HDL >50 mg/dl),a avalia??o pode ser repetida a cada 2 anos.[7]
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Objetivos lipídicos: várias diretrizes propuseram objetivos diferentes para LDL e HDL em diabéticos. Cada categoria com riscos diferentes deve ter metas de teste de lipídios diferentes.[8]
O diabetes é um grande problema de saúde pública; indivíduos com diabetes apresentam alto risco de dislipidemia, doen?a cardiovascular (DCV) e mortalidade. Para identificar e monitorar aqueles com distúrbios lipídicos, a Associa??o Americana de Diabetes recomenda que todos os adultos com diabetes recebam um teste de perfil lipídico em jejum pelo menos uma vez por ano.
Referências:
[1] Ishwarlal Jialal, Gest?o da dislipidemia diabética: Uma atualiza??o. World J Diabetes. 15 de maio de 2019; 10 (5): 280–290.
[2] Yaru Li ,, A prevalência e os fatores de risco da dislipidemia em diferentes estágios de progress?o do diabetes entre as popula??es de meia-idade e idosas na China. PLoS ONE 13 (10): e0205709. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0205709
[3] Melania Gaggini, etc. Doen?a hepática gordurosa n?o alcoólica (DHGNA) e sua conex?o com a resistência à insulina, dislipidemia, aterosclerose e doen?a cardíaca coronária. Nutrients 2013, 5, 1544-1560.
[4] IRA J. GOLDBERG. REVIS?O CL?NICA 124 Dislipidemia diabética: Causas e consequências. JCE & M, 2001 vol. 86 No. 3
[5] RONALD M. KRAUSS, MD. Lípidos e lipoproteínas em pacientes com diabetes tipo 2. Diabetes Care, junho de 2004; 27 (6): 1496-1504.
[6] Iciar Martín-Timón, etc. Atualiza??o na gest?o da dislipidemia diabética. EMJ Diabet. 2018; 6 [1]: 53-61.
[7] Associa??o Americana de Diabetes, Gest?o da dislipidemia em adultos com diabetes. Diabetes Care, Janeiro de 2004; 27 (supl. 1): s68-s71.
[8] DEBASISH CHAUDHURY. Dislipidemia diabética: Conceitos Atuais em Fisiopatologia e Gest?o. Jornal de pesquisa clínica e diagnóstica. Janeiro de 2018, Vol-12 (1): OE06-OE09.