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China com o Mundo: Diálogos com Especialistas em COVID-19

Mindray 2020-10-27

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Discuss?o

P (Dr. Fernando Supagerri Dias):Eu tenho uma pergunta. Há alguns vídeos no YouTube sobre o uso de dois pacientes ventilados por uma máquina. Tenho muitas preocupa??es com essa técnica. E as pessoas falam que, em situa??es com muitos pacientes para serem ventilados, essa estratégia poderia ser usada. O que você pensa sobre isso? Tenho medo de usar um ventilador, uma máquina para dois pacientes.


R (Dr. Youzhong An): Até onde sei, em Wuhan, na China, usamos o ventilador para um único paciente. Portanto, n?o é para dois pacientes. ? apenas para um único paciente. Mas eu gostaria de ouvir a avalia??o de Du Bin sobre isso. N?o acho que seja uma boa ideia que um ventilador seja usado para dois pacientes ou mais. N?o seria possível observar o que é real, e n?o saberia a resposta dos pacientes. Portanto, n?o poderia ajustar os par?metros dos ventiladores. Mas, para mim, n?o tivemos esse tipo de problema. Na verdade, em Wuhan temos milhares de ventiladores licenciados ao mesmo tempo. Portanto, n?o é um grande problema agora na China.


P (Dr. Flávia Machado):Posso fazer outra pergunta ao Prof. Youzhong? Agora as coisas est?o indo muito melhor, ou pelo menos é o que ouvimos, que na China as coisas est?o sob controle. Poderia falar um pouco sobre isso? Porque, como vemos no registro da OMS, os casos novos s?o muito poucos. Ent?o, como está indo e se estiver melhor, o que você acredita que fez as coisas melhorarem?


R (Dr. Youzhong An): Sim. ? uma boa pergunta. Nós prestamos aten??o ao segundo surto no momento. Fomos muito melhores do que em janeiro, ent?o acho que temos algumas experiências diferentes em compara??o com os países europeus e os Estados Unidos. Porque temos uma centraliza??o total e, no início, o surto em Wuhan foi muito parecido com o que acontece agora na Itália, Espanha e nos Estados Unidos.

Mas, depois disso, o governo enviou muitos profissionais de saúde para Wuhan, mas isso n?o é a única coisa que importa. O mais importante é o teste precoce dos pacientes, o diagnóstico precoce dos pacientes, porque quando vim para Wuhan, faz cerca de oito semanas, descobrimos que estavam vivendo uma perda total do controle, e que muitos pacientes e profissionais de saúde locais estavam exaustos naquele momento. E estávamos preocupados com quantos pacientes viriam e de quantos leitos de UTI precisaríamos.

E aí usamos o diagnóstico clínico, n?o só o PCR, mas também a tomografia, a radiografia de tórax, o histórico acadêmico para fazer o rastreamento dos pacientes. E depois disso, centralizamos todos os pacientes possíveis em vários abrigos, os grandes abrigos. Cada um dos abrigos pode acomodar quase milhares de pacientes. E ent?o, quando todos os pacientes foram testados ou diagnosticados, e colocados em quarentena no abrigo, conseguimos saber quantos pacientes há. E demos a eles a triagem: quantos pacientes leves, quantos pacientes graves e quantos pacientes criticamente enfermos, e ent?o tentamos o nosso melhor para administrar oxigenoterapia e ventila??o. Várias centenas de pacientes foram intubadas e usaram ventila??o mec?nica.

No momento, damos alta aos pacientes por dois tipos de PCR negativo. Mesmo assim, ainda havia alguns pacientes que eram recorrentes, talvez o PCR positivo novamente. Isso é um grande problema. Nós pagamos mais aten??o a esses tipos de pacientes: se o PCR voltar a ser positivo, e se eles tiverem a condi??o contagiosa, infecciosa ou mesmo a pior condi??o. Agora restamos aten??o a isso


P (Dr. Fábio Regatieri): Professor, se os pacientes voltarem a ser positivos no PCR, você acredita que eles est?o reinfectados ou é uma limita??o do método de diagnóstico?
O PCR ainda n?o é seguro (confiável)?
O que você pensa sobre isso?


R (Dr. Youzhong An): ? uma boa pergunta. Ent?o, no início, usamos apenas o PCR, mas existem falsos negativos e falsos positivos que ocorreram muito cedo. A precis?o é de apenas 30, 40 por cento. Aí tentamos usar algum diagnóstico clínico, como mencionei, n?o só o PCR, mas também a tomografia, a radiografia de tórax. E é muito importante que precisamos saber o histórico acadêmico, qual é o contato e com quem os pacientes tiveram contato antes, e se há algum paciente com quem ele ou ela teve contato.

(Dr. Bin Du voltou da desconex?o, e continuou sua resposta à 1? pergunta sobre o uso de dois pacientes podendo ser ventilados por uma máquina)

R (Dr. Youzhong An): ? uma boa pergunta. Ent?o, no início, usamos apenas o PCR, mas existem falsos negativos e falsos positivos que ocorreram muito cedo. A precis?o é de apenas 30, 40 por cento. Aí tentamos usar algum diagnóstico clínico, como mencionei, n?o só o PCR, mas também a tomografia, a radiografia de tórax. E é muito importante que precisamos saber o histórico acadêmico, qual é o contato e com quem os pacientes tiveram contato antes, e se há algum paciente com quem ele ou ela teve contato.

(Dr. Bin Du voltou da desconex?o, e continuou sua resposta à 1? pergunta sobre o uso de dois pacientes podendo ser ventilados por uma máquina)

R (Dr. Bin Du): N?o. N?o tenho conhecimento de nenhum caso tratado com vários pacientes ventilados com um ventilador. Isso n?o aconteceu aqui em Wuhan. Porém, devo dizer que ventilar dois pacientes com um ventilador requer que os pacientes tenham o mesmo tamanho e a mesma mec?nica pulmonar, o que pode ser muito difícil. N?o temos como monitorar qu?o grande e qual é o volume total para dois pacientes individuais, ent?o eu n?o acho que seja (possível)... a menos que você tenha pacientes muito semelhantes.


P (Dr. Flávia Machado): Posso voltar à minha pergunta que o Prof. Youzhong estava respondendo? N?o tenho certeza de se entendi a resposta. Você está dizendo que acredita que 20% dos pacientes com diagnóstico clínico de COVID s?o PCR negativos e você os está tratando como falsos negativos e os isolando como se fossem positivos? Foi isso o que você disse?


R (Dr. Youzhong An): Ent?o, para aquele tipo de paciente, a princípio colocamos todos eles em quarentena muito cedo e testamos várias vezes para descobrir se temos pelo menos duas ou três vezes que s?o negativas, e até mesmo nos referimos ao tórax... Tomografia. E se n?o houver nenhum sintoma e nenhuma altera??o na tomografia, e n?o encontramos nenhuma pneumonia e mesmo eles n?o apresentando sintomas e assintomáticos, e o PCR ainda for negativo, diagnosticamos que n?o é COVID-19. E eu penso em abrigo, talvezalgumas pessoas apresentem falsos positivos. Mesmo no hospital, existem alguns casos em que o diagnóstico final n?o é COVID-19. Mas n?o s?o muitos. Mas e a opini?o de Du Bin?


P (Dr. Bin Du):Eu n?o entendi a pergunta. Qual é a pergunta?

P (Dr. Flávia Machado): Du Bin, temos um problema aqui. Por exemplo, agora, nesse momento de epidemia da COVID-19, se o paciente vier com PCR negativo nos o tiramos do isolamento. Se houver um único PCR negativo, minha dúvida é, mesmo que seja um quadro clínico sugestivo de COVID-19, se o PCR for negativo, estamos retirando-os do isolamento. Portanto, a pergunta é: você acha que isso é seguro? Você está atendendo muitos pacientes falso-negativos depois que o primeiro PCR se tornou positivo?


R (Dr. Bin Du): Bem, Flávia, eu diria que esta n?o é uma abordagem apropriada porque, como disse o Dr. An, há muitos pacientes que tiveram - quero dizer, inicialmente - que tiveram o teste de PCR negativo, mas acabaram sendo positivos. Quero dizer, de acordo com a repeti??o do teste de PCR. Eu até conhe?o um caso em meu hospital em Pequim que se repetiu cerca de cinco ou seis vezes no PCR. Quero dizer, todos os testes de PCR anteriores foram negativos até o último porque, embora fosse um teste de PCR negativo, os médicos suspeitavam que este fosse um caso de COVID-19. Portanto, n?o tenho uma explica??o perfeita para os resultados falso-negativos no que diz respeito ao teste de PCR. Eu acho que Entre todas as explica??es possíveis, acho que existem várias, como os diferentes fabricantes do kit de teste, sobre a técnica de amostragem. Eu acredito que sua técnica de amostragem pode desempenhar um papel muito importante. E n?o tenho certeza se a dissemina??o viral persistirá dia após dia, ou se a dissemina??o viral ocorrerá periodicamente. N?o tenho muita certeza sobre a última explica??o. Mas, de qualquer forma, isso n?o aconteceu na minoria dos casos. Portanto, eu diria que apenas n?o isole os pacientes com base em apenas um teste de PCR negativo, (isso) pode ser inadequado.

R (Dr. Flávia Machado):Obrigado. Eu entendi muito bem.


P (Dr. Luciano Azevedo): Posso fazer uma pergunta? Os dois professores poderiam comentar sobre o uso de hidroxicloroquina ou o uso de antiviral na China? Vocês usaram em muitos pacientes? Usou apenas nos mais graves ou...? Poderia comentar, por favor?


R (Dr. Youzhong An): Em nosso hospital, no Hospital Tongji, usamos um pouco de cloroquina, mas n?o acho que haja diferen?as significativas entre o grupo de controle e o de teste. Seja para hidroquina ou quina normal, n?o há diferen?a significativa até agora. Mas n?o tantos casos, acho que s?o uns 20, ou mais 20.

R (Dr. Bin Du): Concordo com o Dr. An ao dizer que, na verdade, em Wuhan, vários antivirais foram testados clinicamente, mas n?o em um ensaio clínico. Portanto, n?o acredito que tenhamos dados sólidos ou convincentes de apoio ou contra um ou outro. Mas, enfim, de acordo com as informa??es que tenho agora, n?o há efeitoeffecagente antiviral ativo contra a COVID-19, contra o SARS-COVID-2.

R (Dr. Youzhong An): E há até mesmo algumas infec??es colaterais para as fun??es oculares e hepáticas.

R (Dr. Bin Du): Sim. E eu acho que há uma quest?o levantada pela Isadora sobre a c?nula nasal de alto fluxo. Ela tem sido usada com frequência aqui em Wuhan e em outras cidades da província de Hubei. No entanto, de acordo com meu julgamento, a taxa de falha pode ser alta devido à hipoxemia persistente em repouso ou por esfor?o. Ou pode ser dispneia persistente ou dificuldade respiratória. Mesmo na c?nula nasal de alto fluxo. Portanto, n?o vou sugerir um teste com a c?nula nasal de alto fluxo por mais de um ou dois dias.


P (Dr. Fábio Regatieri): Professores, tenho uma dúvida em rela??o ao tempo de evolu??o desde os primeiros sintomas no paciente até a necessidade de ventila??o mec?nica. Existe um tempo médio nos casos que come?am mais grave que vocês conseguem perceber?


R (Dr. Bin Du): A linha do tempo? Os sinais e sintomas de apresenta??o da COVID-19 geralmente come?am com tosse seca contínua. No entanto, alguns dos pacientes desenvolver?o diarreia, náusea e v?mito, em vez de sintomas respiratórios. Mas isso é uma minoria. Eles parecem estar bem durante a primeira semana. Por isso é muito comum que, no final da primeira semana, esses pacientes desenvolvam falta de ar ou dispneia ou dificuldade respiratória e hipoxemia. Ent?o, cerca de cinco a sete dias após o início da doen?a, eles ter?o sinais de insuficiência respiratória.

E, aqui em Wuhan, eles s?o admitidos no hospital sempre que tiverem insuficiência respiratória, e ent?o entre os dias 10 e 14,eles ser?o admitidos na UTI se a insuficiência respiratória for grave o suficiente para isso. E se ele ou ela foi intubado... ventila??o mec?nica invasiva, a necessidade dos sobreviventes e a dura??o da ventila??o mec?nica é geralmente de duas a três semanas. Você nunca retira o paciente da ventila??o em uma semana. Nunca.

R (Dr. Fábio Regatieri): Certo, obrigado.


P (Dr. Gustavo Ferreira Araújo):Eu gostaria de abordar o início da ventila??o. Já ouvi alguns relatos sobre o uso da c?nula de oxigênio, e que o paciente se beneficia disso, ent?o poderíamos adiar e alguns pacientes nem precisam de ventila??o.
Mas existe um fator... um fator de gatilho ou um momento no sistema para colocar os pacientes em ventila??o?

P (Dr. Bin Du): Ent?o, indica??o de ventila??o mec?nica, essa é a pergunta, senhor?


R (Dr. Gustavo Ferreira Araújo): Sim, sim. O início da ventila??o, por favor.

R (Dr. Youzhong An): Portanto, em minha opini?o, precisamos observar e monitorar n?o apenas o SPO2, mas também o esfor?o do paciente. Usamos a c?nula nasal de alto fluxo e outra oxigenoterapia, mas se o paciente estiver em situa??o muito grave, tiver falta de ar, dá para observar que os pacientes fazem um esfor?o muito grande pararespirar, e até o valor do SpO2 talvez 90 ou 92 ou 93, acho que a intuba??o é a única op??o para esse tipo de paciente.

Mas em Wuhan n?o temos pessoal experiente o suficiente para ventilar os pacientes. Sedamos e paralisamos os pacientes logo no início, para diminuir a briga paciente-ventilador. E a gente tenta manter a press?o transpulmonar até no máximo 20, até 16. Mas, para mim, n?o me importo com a press?o do plat?, me concentro na press?o motriz. Portanto, precisamos manter a press?o motriz dentro do limite. Essa é minha opini?o. Que tal Du Bin?

R (Dr. Bin Du): Quanto ao momento ou indica??o da ventila??o mec?nica, eu diria: o primeiro é a hipoxemia. Bem, alguns pacientes tinham o que chamamos de hipoxemia silenciosa, o que significa que sempre que você via o paciente, ele ou ela estava bem. N?o há sinais de dificuldade respiratória. N?o há sinais de falta de ar ou dispneia. No entanto, quando você faz a oximetria no paciente, leu t?o baixo quanto 70 por cento, o que significa que eu recomendaria fazer o SPO2 em todos os pacientes. O que quer que seja. Esteja ele com falta de ar ou n?o, fa?a um teste de SPO2 e esta é uma das indica??es. O segundo é dificuldade respiratória ou esfor?o inspiratório significativo, conforme mencionado pelo Dr. An. Por exemplo, em pacientes ventilados com VNI, ventila??o mec?nica n?o invasiva, um volume corrente superior a, digamos, 800, 900 ou mesmo 1.000 ml sugere falha e você deve considerar a intuba??o endotraqueal imediata. Acho que essas s?o as duas indica??es para ventila??o R (Dr. Youzhong An): Portanto, em minha opini?o, precisamos mec?nica.

R (Dr. Youzhong An): Concordo. O que o Prof. Du disse é muito importante. Quando vim para Wuhan, n?o havia tantos pacientes em estágio inicial. E os pacientes n?o podem responder com falta de ar, como dificuldade respiratória, até a frequência cardíaca está lenta, e a frequência cardíaca pode ser apenas 70 e até 60 e 80, ent?o isso n?o é uma coisa boa, porque para a oximetria é apenas talvez 70% e 80%. Portanto, a frequência cardíaca e a frequência respiratória lentas n?o s?o boas. Isso significa que um paciente tem um dano muito grave à fun??o cardíaca e respiratória. Você concorda comigo Du Bin?

R (Dr. Bin Du): Bem, eu n?o tenho certeza. Você está falando sobre qu?o precoce ou qu?o tardios esses pacientes s?o. Eu acredito que a maioria dos pacientes em Wuhan s?o ventilados até um ponto bem tardio. No estágio final. Acho que você tem a mesma experiência.

R (Dr. Youzhong An): Sim. O EKG n?o é anormal de forma significativa, e mesmo a troponina n?o é t?o alta quanto um miocárdio típico (les?o).

R (Dr. Bin Du): Deixe a pergunta para o público. Deixe a pergunta para o outro fazer primeiro, certo? Posso sugerir?


P (Dr. Fernando Supagerri Dias): Eu tenho uma pergunta sobre os pacientes que desenvolvem choque circulatório nesta situa??o. Você poderia sintetizar a melhor abordagem para esses pacientes? Vasopressor, tenho certeza que n?o é adrenalina; terapia de resgate de fluidos? E para monitorar a hemodin?mica nesses pacientes? (como) Echos,varia??o de press?o depulso? Como você trata esses pacientes, caso desenvolvam choque?


R (Dr. Bin Du): Portanto, é uma quest?o sobre choque circulatório. O choque circulatório é comum em pacientes de UTI. Refiro-me aos pacientes da UTI, e n?o aos pacientes das enfermarias gerais, com prevalência de cerca de 20% ou até mais. E assim como o Dr. An mencionou, minutos atrás, uma propor??o maior de pacientes terá evidências de les?o cardíaca, conforme sugerido por biomarcadores elevados de les?o cardíaca, como nível de troponina I, troponina cardíaca hipersensível I. A maioria deles. E com rela??o ao choque circulatório, eu diria que o choque séptico n?o é t?o comum. N?o é t?o comum até o estágio final. Sempre que o paciente apresentava pneumonia de infec??o secundária ou infec??o da corrente sanguínea. Isso podia ser um choque séptico. Mas, para os outros pacientes, você deve estar atento à fun??o cardíaca, ao choque cardiogênico, ao invés da dilata??o dos vasos.

Portanto, com rela??o aos vasopressores, sim, a noradrenalina tem sido usada, embora em alguns casos os médicos possam administrar inotrópicos como dobutamina, dopamina e às vezes adrenalina. O Echo foi amplamente utilizado, especialmente em fevereiro, quando n?o tínhamos mais falta de dispositivos médicos. E em alguns casos, os médicos, os clínicos, observaram alguns pacientes com o chamado núcleo pulmonar agudo, que pode ser secundário à hipercapnia grave, com PACO2 até 90 ou mesmo acima de 100.

R (Dr. Youzhong An): Sim, esses pacientes de COVID-19 s?o bastante arriscados e, portanto, a les?o da fun??o cardíaca é muito frequente. Acho que usamos o Echo e podemos descobrir que n?o é uma insuficiência cardíaca congestiva. Mas o ventrículo esquerdo geralmente está normal, e mesmo assim menor do que o normal.Mas o núcleo pulmonar, como o ventrículo direito, às vezes está aumentado e com leve hipertens?o para a artéria pulmonar. E como o Prof. Du Bin disse, mesmo tendo hipercapnia, o PACO2 é muito alto, e se esse tipo de fen?meno foi observado, e achamos que o capilar pulmonar foi danificado de forma muito severa e sem troca gasosa, e se até o sangue do lado direito para o lado esquerdo do cora??o tiver sido danificado, isso é um problema, isso significa que o lado direito do cora??o está hiperdin?mico, mas o lado esquerdo do cora??o, o ventrículo esquerdo, n?o tem sangue suficiente para bombear para o corpo.

R (Dr. Fernando Suparregi Dias): Este deve ser o caso da dobutamina.

R (Dr. Youzhong An): ?s vezes usamos dobutamina, até mesmo levosimendan.


P (Dr. Fernando Supagerri Dias): Levosimendan? Você teve alguma experiência boa com o levosimendan?


R (Dr. Youzhong An): Sim. Para mim, temos dois casos nos quais usar isso. Para esses dois pacientes, achamos que isso afeta. Mas s?o apenas dois casos.


P (Dr. Jo?o Manoel Silva):Eu gostaria de saber sobre D-DIMER. Você usa anticoagulantes para este paciente?


R (Dr. Bin Du): Anticoagula??o como heparina ou heparina de baixo peso molecular, certo? Bem, eu sei que alguns dos colegas aqui v?o promover ou usar a anticoagula??o nos pacientes, mas fora da profilaxia ou fora do contexto da profilaxia da TVP. Se estivermos falando sobre profilaxia de TVP, minha resposta será "sim" para a maioria dos pacientes. No entanto, se estamos falando de anticoagula??o em pacientes com COVID-19, acho que n?o. N?o creio que tenhamos boa experiência ou bons resultados com isso. N?o.


P (Dr. Jo?o Manoel da Silva):Certo, e sobre a PEEP. Qual é a sua experiência e opini?o sobre a PEEP?

P (Dr. Luciano Azevedo): E se eu puder acrescentar manobras de recrutamento e também na posi??o de bru?os, principalmente ventila??o mec?nica, obrigado.


R (Dr. Bin Du): : Certo, claro. Para ventila??o mec?nica, notei que Davide Chiumello, da Itália, disse que a COVID-19 n?o é como a SDRA. Concordo com ele porque é muito raro você ver uma radiografia de tórax ou tomografia computadorizada de tórax com consolida??o no pulm?o dependente. E com rela??o à estratégia ventilatória, eu diria baixo volume corrente, a ventila??o tem sido muito utilizada, como vocês já devem imaginar.

No entanto, o ajuste da PEEP pode ser muito interessante porque sempre que você aumenta a PEEP, principalmente durante o estágio inicial, logo após a intuba??o endotraqueal, sempre que você aumenta a PEEP ou realiza a manobra de recrutamento, o a resposta pode ser muito boa. No entanto, pode ser acompanhado ou associado a um aumento muito maior na press?o de plat?. Por exemplo, tive um paciente cujo nível de PEEP diminuiu de 10 para 5, e o que observei é que a press?o de plat? diminuiu de cerca de 30 para 20. Diminuiu em 10 ou mais de 10 centímetros da press?o da água. Isso significa que mesmo um nível de PEEP baixo como 10 pode aumentar o risco de sobredistens?o, o que significa que a maioria dos pacientes pode ter um nível de PEEP entre 5 e 10 para evitar a sobredistens?o alveolar.

E o posicionamento de bru?os funciona em cerca de 70 a 80% dos pacientes. Portanto, eu recomendaria enfaticamente o posicionamento em decúbito ventral, manobra de recrutamento ou PEEP mais alta nos pacientes que apresentavam má oxigena??o arterial sempre que estiverem sob ventila??o mec?nica.

R (Dr. Youzhong An): Mesmo alguns pacientes em estado n?o muito crítico e n?o ventilados, e podíamos deixar eles ficarem de bru?os, né?

R (Dr. Bin Du): Sim, exatamente, e mesmo para pacientes que est?o em VNI ou c?nula nasal de alto fluxo. Eu sei que um pequeno número de pacientes será colocado em posi??o de bru?os por seus médicos responsáveis com uma resposta muito boa.


P (Dr. Fernando Supagerri Dias): E quanto ao uso do óxido nítrico, você teve experiência nesses pacientes?


R (Dr. Bin Du):O óxido nítrico n?o é aprovado pela FDA da China. Portanto, n?o é usado na China continental.

R (Dr. Fernando Supagerri Dias):Certo. Obrigado.


P (Dr. Luciano Azevedo): Posso lhe perguntar algo sobre as tempestades de citocinas inflamatórias nesses pacientes? Existem muitas sugest?es de vários países dizendo que poderíamos usar, por exemplo, corticosteroides ou bloqueadores anti-interleucina-6 como anticorpos monoclonais. Você já teve alguma experiência com isso? Poderia comentar?


R (Dr. Bin Du): Bem, os corticosteroides s?o um assunto ou tópico altamente controverso na pneumonia viral. Ent?o, é possível imaginar que existem muitas opini?es diferentes. Eu acredito que alguns de meus colegas - a maioria deles s?o médicos pneumologistas. Eles favorecem o uso de corticosteroides, e v?o pensar em aumentar a dose de corticosteroides sempre que o paciente piorar. E há outro grupo de médicos, doutores, que n?o acreditam que os corticosteroides v?o beneficiar o paciente.

E minha impress?o é que os corticosteroides em altas doses de longo prazo far?o mais mal do que trar?o benefícios, na longa dura??o da elimina??o do vírus, no agravamento da linfocitopenia, e podem levar a um risco maior de infec??o secundária. Portanto, nunca usarei uma dose mais alta de corticosteroide em longo prazo.

No entanto, n?o tenho certeza sobre a eficácia ou seguran?a do de corticosteroides em curto prazo, digamos corticosteroides por n?o mais de cinco dias, e com uma dose de metilprednisolona de cerca de 80 miligramas por dia. Portanto, n?o tenho muita certeza sobre isso, mas de qualquer maneira, uma dose mais alta - digamos 240 ou 160, n?o acredito.

Mas o que n?o tenho certeza também é quando o paciente tiver sido curado, infec??o pulmonar, seja por vírus ou alguma bactéria, e houver indícios de pneumonia pela tomografia computadorizada de fibrose. Você pode pensar nos corticosteroides na ausência de infec??o ativa, mas isso será o estágio final e n?o o estágio inicial.

Falando francamente, n?o sei qual é a defini??o de tempestade de citocinas no contexto de sepse ou infec??o grave, e sei que a chamada tempestade de citocinas pode diferir de diferentes cenários clínicos, e n?o acredito que o conceito de tratar pacientes com COVID-19 com anticorpos monoclonais IL6 é uma forma correta, porque IL6 n?o é a chave. N?o s?o as citocinas mais importantes, até onde sabemos. Ent?o, eu acho que é baseado no princípio errado, um conceito errado. Eu nunca, nunca usarei o anticorpo monoclonal IL6.

R (Dr. Youzhong An): Sim, se usarmos anticorpos monoclonais IL6 e pudermos descobrir que o nível de IL6 no soro será muito mais alto do que usamos o anticorpo monoclonal antes, ent?o o nível de citocinas em pacientes com COVID-19 n?o é t?o alto quanto alguns pacientes de bacteremia e sepse. N?o acho que a tempestade de citocinas, como disse o Dr. Du, seja o papel principal no COVID-19. E para o corticosteroide, precisamos monitorar a resposta do paciente. Se a radiografia de tórax ou a varredura de tórax do paciente se desenvolvem muito rapidamente e talvez tentarmos usá-los por apenas alguns dias, talvez dois ou cinco dias, e observamos qual é a mudan?a depois de usarmos corticosteroides como o metilprednisolona. Há um ou dois miligramas por quilo. N?o é uma dose grande. Durante a SARS de 2003, usamos altas doses de corticosteroides por muito tempo, mas n?o eram t?o bons e com muitos efeitos colaterais para os pacientes com SARS.


P (Dr. Fernando Suparregi): Em pacientes que desenvolveram les?o adrenal aguda, qual é o momento de iniciar a terapia renal? E você usou terapia de substitui??o renal contínua ou intermitente?


R (Dr. Bin Du): Bem, cerca de 20% dos pacientes teve uma les?o renal aguda, e os maus graves precisaram de hemodiálise. Foram usadas tanto intermitente quanto contínua aqui. A principal diferen?a está nos recursos humanos. Portanto, se você n?o tem for?a humana suficiente, pode considerar o intermitente. Como aconteceu no hospital que visitei regularmente nos últimos três dias, eles v?o oferecer uma sess?o diária de oito horas de terapia renal substitutiva para todo paciente que precisarem de hemodiálise. No entanto, em outros hospitais, podemos observar a terapia de substitui??o renal contínua sempre que há capacidade humana, enfermeiros suficientes.

R (Dr. Youzhong An): Se for para pacientes com ECMO, é contínuo.


P (Dr. Fábio Regatieri): Professor, o que você acha da posi??o de bru?os na ventila??o? Ela é usada nesses casos ou isso n?o está estabelecido?


R (Dr. Bin Du): Bem, embora nenhum artigo tenha sido publicado, eu mencionei que nossa experiência pessoal foi o posicionamento de bru?os em pacientes que requerem ventila??o mec?nica invasiva, também em pacientes com ventila??o mec?nica n?o invasiva e até mesmo em alguns pacientes tratados com c?nula nasal de fluxo alto. Quer dizer, nossa experiência é muito boa. E conversei com alguns médicos da Itália e eles tiveram as mesmas observa??es, os mesmos resultados. A posi??o de bru?os será um método muito bom para melhorar a oxigena??o arterial. Ent?o, eu diria que essa é a prioridade sempre que você tiver dificuldade em ventilar os pacientes.

R (Dr. Fábio Regatieri):Certo. Obrigado.


P (Dr. Jo?o Manoel Silva):E sobre seda??o. Quais medicamentos você usou?


R (Dr. Youzhong An): Ent?o, eu acho que usamos isso, como todos nós usamos a morfina, e alguns como o fentanil e o sufentanil. E usamos o propofol e o midazolam. Mantemos a pontua??o RASS em menos quatro ou mesmo menos cinco.


P (Dr. Marcelo Amato): Olá Prof. Du Bin, prazer em conhecê-lo. Prof. Youzhong, olá. Eu gostaria de fazer uma pergunta e, em seguida, gostaria de comentar. Ent?o, uma coisa que nos preocupa muito aqui é a transmiss?o da doen?a para os profissionais clínicos. Sei que na China vocês tiveram muita contamina??o como em todos os países. Vocês têm, digamos, uma boa percep??o, eu sei que isso é muito difícil de se ter uma conclus?o, mas se a contamina??o da válvula de exala??o dos ven

Por exemplo, apenas para fazer uma pergunta muito específica, há um grande problema aqui: se algumas pessoas se preocupam com a economia - elas est?o preocupadas em desperdi?ar muito dinheiro - elas n?o usam filtros HEPA na válvula de exala??o. Elas usam apenas um umidificador aquecido HNI. Ent?o, vocês teriam alguma dica para isso?


R (Dr. Youzhong An): Portanto, ventilamos centenas de pacientes em Wuhan e n?o temos nenhum caso de contamina??o, especialmente com profissionais de saúde. Ent?o, n?o acho que a sala de press?o negativa na enfermaria seja essencial. E para nós, na maioria dos hospitais n?o temos enfermarias de press?o negativa suficientes. Por isso, mantemos todas as enfermarias com janelas, e até usamos alguns ventiladores regulares para levar o vento do interior ao exterior, e nenhum paciente, médico ou enfermeiro foi infectado com o uso do ventilador.

R (Dr. Marcelo Amato): Certo. Bom saber.


P (Dr. Flávia Machado): Desculpe, fui desconectado. Você já falou sobre o uso de máscaras FF2 e N95 para mais de um uso único? Como você está fazendo isso aí? Você as está reutilizando?


R (Dr. Youzhong An): N?o. Para o pessoal médico que trabalha na enfermaria interna usamos a N95, mas se sairmos da enfermaria, até do hospital, só usamos a máscara cirúrgica, a máscara facial.

R (Dr. Bin Du): Nunca pense em reutilizar. Reutilizar n?o é uma boa ideia. Eu diria que, na minha opini?o, no estágio atual, a maioria dos profissionais de saúde em Wuhan está superprotegida. Porque ao contrário das recomenda??es da OMS, os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com COVID-19 geralmente ter?o um boné, uma máscara facial N95, talvez mais uma máscara cirúrgica e um macac?o, talvez também mais um traje de manga comprida e uma bota e luvas duplas. Mas minha impress?o é que a máscara facial N95 é a mais importante, e lavar as m?os é a segunda quest?o mais importante, e nada mais.


P (Dr. Flávia Machado): Sim, mas o problema aqui, Bin Du, é que as pessoas fora dos hospitais compraram muitas máscaras. Sei que houve uma empresa que comprou mais de cem mil máscaras N95 para seus funcionários, ent?o eles esgotaram o estoque no Brasil. Ent?o o problema do reaproveitamento n?o é econ?mico, é um problema de abastecimento. Vocês tiveram algum problema de abastecimento?


R (Dr. Bin Du): Tivemos uma escassez no fornecimento de EPIs no final de janeiro e apenas em fevereiro, mas n?o mais.


P (Dr. Flávia Machado): E mesmo com esse problema de abastecimento, vocês n?o ficaram sem nenhuma N95?


R (Dr. Bin Du): Bem, tivemos alguns problemas, quero dizer, no final de janeiro. N?o tínhamos máscaras N95 suficientes naquela época e sempre considerávamos ter uma máscara cirúrgica por cima, qualquer que fosse, N90 ou apenas máscara facial.


P (Dr. Flávia Machado): Mas você n?o as reutilizou? Mesmo assim?


R (Dr. Bin Du): N?o.

R (Dr. Flávia Machado): Sim. Esse é um dos maiores problemas do Brasil. Vamos ficar sem N95. N?o podemos reutilizá-las na minha opini?o.


P (Dr. Marcelo Amato): Desculpe, Flavia. O que você disse? Você disse que reutiliza ou n?o?


R (Dr. Flávia Machado):Nós as reutilizamos. Nós as reutilizamos enquanto estiver bem microscopicamente por até sete dias.


P (Dr. Marcelo Amato): Nossa, muito perigoso, hein?


R (Dr. Flávia Machado):A técnica é colocá-las em sacos de papel, e colocá-los novamente. E agora temos medo de que, se você as usar como um uso único em um único dia, possamos ficar sem elas de alguma maneira. Este é o maior problema agora e estou Fico feliz em saber que você n?o está usando todos esses adere?os lunares, essas coisas complicadas. Como você disse, acredito que seja muito simples. ? apenas uma touca e uma vestimenta de 30 gramas, mas concordo que a máscara é importante pelo menos para profissionais de saúde que fazem ventila??o mec?nica.


P (Dr. Cristiano Franke): Gostaria de perguntar aos professores Bin Du e An sobre a intuba??o endotraqueal; sabemos que s?o procedimentos que apresentam problemas, e s?o os mais perigosos para os profissionais de saúde. Vocês têm alguma dica para os médicos de emergência e intensivistas para intuba??o endotraqueal em pacientes com COVID-19?


R (Dr. Bin Du): Ent?o, alguma dica, alguma sugest?o de prote??o durante a intuba??o endotraqueal, certo? Bem, eu diria que, inicialmente, n?o temos o material de press?o positiva sempre que intubamos os pacientes. E tenho a experiência de pacientes entubados apenas com óculos, sem prote??o facial. Sem materiais de press?o positiva. E eu acho que n?o faz mal. Sempre que você sedar fortemente e paralisar o paciente, acho que n?o faz mal. Mas acontece. No momento, eles têm coisas suficientes e está tudo bem.


P (Dr. Marcelo Amato): Certo. Obrigado. ?, eu tenho uma sensa??o muito forte que... mas, por exemplo, se você faz intuba??o e está usando apenas a N95, você só joga fora depois do procedimento, certo? Porque tem muita gente aqui no Brasil que faz um mento, e embalam a N95 por alguns dias, reutilizando-as. ? a coisa mais perigosa a fazer porque a máscara está contaminada por gotículas. E ent?o as colocamos de volta, pegando com as m?os e usando-as novamente. Ent?o eu acho que isso deve ser evitado por todos os meios.


R (Dr. Bin Du): Bem, eu concordo. Sempre que a máscara facial N95 estiver acabando.


P (Dr. Youzhong An): Mas Du Bin, n?o é apenas a N95. Precisamos do protetor facial, certo? Tanto o protetor facial quanto a N95.


R (Dr. Bin Du): Você quer dizer durante a intuba??o endotraqueal? Bem, sempre que você tiver - mas de qualquer forma, se você tiver o material de press?o positiva, n?o há mais necessidade de protetor facial.

R (Dr. Youzhong An): Sim, mas se você n?o tiver isso, talvez use o protetor facial e a N95.

R (Dr. Bin Du): Bem, está tudo bem. Fui a pacientes intubados apenas com óculos de prote??o

R (Dr. Flávia Machado): O protetor facial protegerá um pouco sem N95. Embora eu tenha acreditado, o que devo dizer a você que este n?o é o mundo ideal, será muito pior n?o ter nenhuma N95 nessas duas ou três semanas. Ent?o, a justificativa para reutilizar é apenas a escassez. Ninguém está dizendo que esse é o melhor caminho a seguir. Acredito que, quando a indústria no Brasil come?ar a produzir, e o governo permitir só vender para hospitais. Podemos parar de reutilizá-las.

R (Dr. Marcelo Amato): Sim, concordo totalmente com Flavia. Mas eu acho que uma dica muito fácil é usar o N95 com uma máscara cirúrgica em cima se for fazer um procedimento, porque aí você tira a máscara cirúrgica e a N95 n?o fica t?o contaminada. ? muito fácil. Sei que as pessoas n?o est?o fazendo isso e acho que devemos prestar mais aten??o a isso.

R (Dr. Flávia Machado): Sim para procedimentos, concordo, porque estamos usando protetores faciais para intuba??o. Mas concordo com você, mas n?o como rotina. Nossa agência, nossa agência sanitária divulga muitas recomenda??es e n?o est?o recomendando o uso de máscara cirúrgica em vez do N95 como rotina, mas para procedimentos, eu concordo. ? uma coisa boa.

R (Dr. Paulo Rehder): Eu tenho um comentário sobre isso. Em meu hospital em Jeddah, Arábia Saudita, estamos usando intuba??o. Portanto, s?o necessários vários conjuntos de intuba??o com tudo. ? obrigatório usar o videolaringoscópio, que facilita as coisas. Você n?o deve ficar com o rosto sobre a boca do paciente e com o EPI completo. A equipe é liderada por um médico intensivista, anestesista experiente, e o paciente sempre deve ser intubado pelo mais experiente para diminuir o tempo e agilizar o procedimento. Todo o EPI deve ser descartado assim que terminar qualquer procedimento, n?o podendo ser reaproveitado.

Mas ent?o, deixamos para eles uma situa??o diferente. Após o MERS-CoV, de todos os pacientes que recebem o diagnóstico,a maioria deles ficanem quarentena. Pudemos ver que o que faz a diferen?a é, assim que algum paciente chega ao hospital, todos ficam isolados em salas de press?o negativa ou sala de filtros HEPA. E, depois que o paciente deu negativo para o teste, e o teste n?o era ELISA, era PCR. Uma vez negativo, o paciente era liberado do isolamento. E ainda repetia o teste muitas vezes, se o paciente n?o melhorava, repetia novamente. Isso fez a diferen?a porque muitos pacientes est?o morrendo, e os profissionais de saúde, principalmente nos PS, nos pronto-socorros - est?o morrendo. E, afinal, o que fez a diferen?a foram o isolamento, as precau??es de contato e as precau??es com o ar, e foi isso que mudou o curso. E quanto ao MERS-CoV, há uma diferen?a em compara??o ao novo coronavírus, como 55% de mortalidade. Essa é uma situa??o muito diferente, mas a diferen?a também foi t?o eficaz quanto a nova. Enfim, é EPI, lavar as m?os e n?o reaproveitar nada.  Tudo foi dispensado ao mesmo tempo.


P (Dr. Marcelo Amato): Posso fazer uma pergunta a vocês, Dr. Du Bin e Dr. Youzhong? Sei que vocês também falaram durante esta apresenta??o anteriormente que alguns médicos est?o usando esteroides e outros n?o, e sobre as experiências razoavelmente boas relatadas na Alemanha. Já vi alguns casos em que o paciente estava muito inflamado, com sinais de opacidade, que é, para nós pneumologistas, um sinal de que você deve haver alguma inflama??o alveolar e bronquiolite. Esses pacientes parecem desenvolver bronquiolite após a fase de grande prolifera??o do vírus e, na minha opini?o, é muito semelhante ao que o pneumologista típico chama de bronquiolite obliterante porque come?a com o vidro fosco e depois evolui para algumas consolida??es. E ent?o eu vi alguns pacientes que, depois de ter essas opacidades de vidro fosco da bronquiolite, tiveram uma grande fase inflamatória com PCR muito alto, dímero D muito alto. Nós damos pequenas doses de esteroide e aí a inflama??o passa, e aí eu vi que, em 5 dias, por exemplo, o infiltrado sumiu com a diminui??o dos marcadores inflamatórios. O medo que temos é que, depois de 5 ou 10 dias, podemos ter uma recaída da prolifera??o viral ou alguma recaída até mesmo da inflama??o. Você já viu isso acontecer ou nunca experimentou isso?


R (Dr. Bin Du): Certo. Acho que tenho a mesma experiência que Marcelo. Alguns pacientes inicialmente tiveram uma resposta muito boa aos corticosteroides e, ent?o, sempre que você para, tudo volta. E alguns dos pneumologistas utilizar?o os esteroides novamente. E continuam sem parar. Eles diminuem a dose e, como mencionei, n?o acho que seja uma boa ideia. Tenho atendido pacientes que usam esteroides há mais de dois meses. E me parece muito comum que esses pacientes permane?am positivos para a dissemina??o viral por muito tempo, mesmo depois de 30 dias. Portanto, nunca considerarei o uso por tanto tempo.


P (Dr. Marcelo Amato): Certo, mas você diminui a dose após uma semana?


R (Dr. Bin Du): Eu n?o vou usar. Eu nunca vou usar os esteroides por mais de cinco dias

R (Dr. Youzhong An): Concordo. Acho que tivemos um experimento como as terapias por talvez três ou cinco dias para corticosteroides.

R (Dr. Marcelo Amato): Excelente ponto. Obrigado.


P (Dr. Youzhong An):E se houver alguma recaída, n?o sei se no Brasil vocês usam plasma convalescente para os pacientes.


R (Dr. Bin Du): N?o, eles n?o têm o suficiente. Ainda n?o.


P (Coordenador) : Doutores, com licen?a. Temos uma pergunta aqui - ela está aparecendo o tempo todo - sobre os par?metros da ventila??o mec?nica. Ent?o, o comportamento do coronavírus que conhecemos é um pouco diferente e eu gostaria de compartilhar essa quest?o com vocês e com os colegas sobre os... par?metros da ventila??o mec?nica. Esta é a primeira pergunta, e depois outra pergunta aparece também sobre os modos de ventila??o adaptativos. Infelizmente, em algumas partes do nosso país os médicos n?o est?o t?o familiarizados com ventiladores nem com fisioterapia. E quanto aos par?metros e modos de ventila??o adaptativos, como A e B, A e V, suporte de volume, algo assim, para esses pacientes?


R (Dr. Bin Du): Bem, com rela??o à ventila??o mec?nica, direi que faz uma grande diferen?a entre a intuba??o precoce e a tardia. Em Wuhan, a maioria dos pacientes foi ventilada bem tarde no curso da doen?a, o que significa que sempre que os pacientes intubados s?o colocados no ventilador, você sempre tem FiO2 acima de 80% ou mesmo 100%, o que também significa que você deve sedar e paralisar os pacientes para garantir oxigena??o adequada. Portanto, é muito comum para nós aqui em Wuhan que, após a intuba??o endotraqueal, você deve sedar fortemente e paralisar os pacientes. Ent?o, seja lá qual for o caso. N?o creio que o controle de volume e o controle de press?o fa?am diferen?a no efeito da ventila??o do paciente. Eu vi muitos pacientes que foram ventilados com o modo de controle de volume e alguns outros pacientes ventilados com o modo de controle gradual. No entanto, a maioria deles está, eu acho, com um volume corrente de 6 a 8 ml por quilo.

E em termos de PEEP, devo admitir que, quando vi os pacientes pela primeira vez, muitas vezes coloquei a PEEP, para vocês saberem, em 15 ou até 20 - perto de 20. No entanto, agora, prefiro uma PEEP mais baixa. Acabei de mencionar 5 a 10, se possível.

O que mais? Volume corrente, PEEP e frequência. A frequência respiratória - eu diria que aqui em Wuhan, temos muitos pacientes com hipercapnia severa, o que n?o foi observado em outras províncias da China e da Itália agora. Conversei com meus colegas em outras províncias e na Itália, e eles n?o observaram tal hipercapnia severa com PCO2 até 100, ou até mais. E eu acho que os pacientes que eles trataram estavam no estágio inicial de insuficiência respiratória, o que significa que eles os intubaram bem antes. E outra pista para isso é que a configura??o inicial de FiO2 era de 40% a 50%, o que nunca é o caso aqui em Wuhan. Ent?o, sempre que vocês há pacientes graves com hipercapnia severa, a frequência respiratória é sempre 30 algo, 35 ou até mais, com ventila??o minuto em torno de 12 a 15 litros por minuto - mesmo sendo essa ventila??o minuto alta - esses pacientes ainda s?o hipercápnicos.

R (Dr. Flávia Machado): Pessoal, é a Flavia. Quero agradecer aos nossos colegas da China e da Mindray. Vou ter que sair agora. Boa sorte a todos.

R (Dr. Bin Du): Para você também, Flavia. Cuide-se.

R (Dr. Flávia Machado): Muito obrigada por sua ajuda.


P (Dr. Fernando Suparregi): Eu tenho uma última pergunta. Muitos pacientes precisam de cuidados paliativos. Quando devemos fazer isso? Como abordar uma família? Porque muitas famílias pedem para estar em contato com o paciente, com a família. Ent?o, como podemos lidar com essa situa??o t?o delicada? Muitos desses pacientes morrem e a família n?o tem nenhum contato com eles. Você poderia falar sobre isso?


R (Dr. Bin Du): Bem, eu diria que temos hospitais designados para pacientes com COVID-19 em toda a China. E nesses hospitais, visitantes n?o s?o permitidos. O paciente está vivo ou morto. Assim, os médicos se comunicam com as famílias por telefone e avisam sobre as informa??es atualizadas dos pacientes, para obter o consentimento oral para quaisquer procedimentos invasivos, como intuba??o endotraqueal, como a ECMO. Mas se o paciente morrer, infelizmente, eles ser?o atendidos por uma equipe específica de notifica??o àsfamílias. E eu n?o acho que os membros têm permiss?o para ver o paciente mesmo depois disso.

R (Dr. Youzhong An): O paciente pode se comunicar com seu familiar pelo telefone, pelo celular, e depois assinar alguns arquivos e a foto, n?o é Du Bin?

R (Dr. Paulo Rehder): Na Arábia Saudita, temos uma política específica para isso. Qualquer paciente que, esteja com coronavírus ou n?o, seja considerado um paciente que n?o deve ser tratado, o médico, o consultor deve ir até a família e explicar que n?o importa o que fa?am, o paciente n?o tem prognóstico. Após a avalia??o de mais de dois consultores, o paciente foi designado para ordem de n?o reanima??o. E isso deve ser feito pelo médico. Em alguns hospitais, você tem apoio de assistentes sociais e psicólogos, e isso ajuda, às vezes, mas a principal responsabilidade do médico é se comunicar com a família, talvez por telefone atualmente. Mas, enfim, é responsabilidade do médico esclarecer a todos os membros da família.


P (Coordenador): Certo. Voltando à pergunta anterior sobre a ventila??o. Gostaríamos de ouvir sobre a experiência que o Prof. Marcelo já teve com isso e com a ventila??o. Você poderia compartilhar conosco, professor?


R (Dr. Marcelo Amato): Acho que a mensagem básica é que tenho a sensa??o de que esses pacientes compartilham muitos aspectos fisiológicos que s?o semelhantes aos pacientes com gripe suína. Estou falando de hipoxemia grave, o que significa que é meio desproporcional. E isso é impressionante. Ent?o eles têm hipoxemia muito grave, um pouco dissociada dos achados clínicos e mec?nicos, o que significa que eles têm uma mec?nica relativamente boa, mas PO2 muito ruim. Isso significa que, se n?o tivermos pacientes que estiveram sob ventila??o n?o invasiva por muito tempo como vocês tiveram na China na fase inicial, normalmente esses pacientes s?o intubados com muito boa ades?o. E ent?o é muito fácil, se você tiver boa ades?o, ter ventila??o protetora porque a press?o de acionamento é normalmente muito longa. Acho que sempre que sua press?o de acionamento é baixa - quero dizer, em alguns pacientes vemos abaixo de 10, como um paciente recente em que a press?o de acionamento era sete - você apenas tem que ser paciente e esperar um pouco. E é por isso que gostava de dizer que temos que pensar na ventila??o mec?nica nesses pacientes, como a anestesia prolongada. ? como anestesiar um paciente para uma cirurgia abdominal por 3 semanas.

E ent?o eu compartilho os pensamentos que o Dr. Du Bin estava promovendo, que inicialmente ele estava ansioso para ter uma PEEP mais alta, mas depois ele estava promovendo uma PEEP um pouco mais baixa, algo em torno de 10 ou até menos em alguns pacientes. Em geral concordo, mas acho que ainda temos que individualizar. E eu acho isso muito importante. Por exemplo, anestesia: se você usar 4 de PEEP para cada paciente - nós provamos isso recentemente - você está promovendo o colapso do decúbito. Isso significa que, em muitos pacientes, você vai promover uma press?o de dire??o muito alta só porque tem atelectasia causada por colapso e gravidade. E ent?o, neste caso, você está causando algum dano usando uma PEEP t?o baixa.

Ent?o, na verdade, acho que devemos individualizar a PEEP para cada paciente de acordo com suas características, e ent?o temos que usar PEEP suficiente para evitar o colapso do decúbito, e esse nível de PEEP varia de paciente para paciente. Temos um estudo recente usandotomografia de imped?ncia elétrica e também medidas de press?o esofágica, e ent?o poderíamos mostrar que, para pacientes que têm press?o pleural alta, os níveis de PEEP que você precisa aplicar durante a anestesia est?o em torno de 14 a 16 centímetros de água. Ent?o, às vezes, o paciente precisa de uma PEEP t?o alta só para evitar atelectasia de decúbito, n?o para tratar as áreas ruins do pulm?o. Mas alguns outros pacientes precisam de apenas 6, ent?o você realmente tem que individualizar e, desta forma, sua press?o de acionamento ficará quase sempre abaixo de 10 centímetros de água. Ent?o, eu acho que este é um princípio geral e estamos tentando tratar nossos pacientes, seja titulando as pessoas com tomografia de imped?ncia elétrica ou usando o que chamamos de titula??o por minuto.

Titula??o por minuto é uma espécie de, certo, você come?a com uma PEEP máxima que você acredita que pode lidar com esse paciente - digamos 20 - e ent?o você diminui lentamente a PEEP, vendo o que acontece com sua press?o de acionamento. E ent?o, se você atingir um ponto mínimo após o qual você come?ará a ver um aumento na press?o de acionamento novamente, digamos que você reduza a PEEP de 20, 18, 16, 14, 12, e quando você chega a 10, você come?a a observar um aumento na press?o de acionamento novamente, ent?o eu paro e mantenho o nível de PEEP em 12. ? interessante que, usando essa abordagem, vimos n?o apenas uma melhora na press?o de acionamento, na troca de CO2, mas também um aumento imediato no TO2, e ent?o, em média, tínhamos diminuído o nível de PEEP nesses pacientes. Eu acho que isso é geral.


P (Dr. Fernando Suparregi): Marcelo? Bom te ver. Gostaria de ouvir sua opini?o sobre o uso da ventila??o mec?nica em dois ou mais pacientes. Pense nisso. ? uma ideia surpreendente para mim.


R (Dr. Marcelo Amato): Sim, eu acho... desculpe, eu sei que estamos pensando em todas as solu??es criativas para a falta de recursos, mas acho que isso vai contra tudo o que sabemos sobre ventila??o mec?nica, porque você pode lidar com a infec??o cruzada, é possível, você pode usar um circuito inteligente e evitar a contamina??o cruzada, mas é totalmente contra o princípio de que você tem que individualizar a ventila??o mec?nica. Portanto, acho que devemos abolir essa ideia. Acho que n?o faz sentido, por exemplo, se você colocar nossos recursos apenas para consertar máquinas, seria muito melhor.

R (Dr. Cristiano Franke): O motivo é que você pode salvar 1 ou matar 2, 3 ou 4, acho que esse é o motivo sim.


P (Dr. Marcelo Amato): Posso fazer outra pergunta aos professores Du Bin e Youzhong? Ent?o, como est?o... quantos novos casos vocês est?o tendo nas últimas semanas? Vocês est?o tendo novos casos ou só tratando os antigos?


R (Dr. Youzhong An): N?o temos novos casos. Apenas os antigos.

R (Dr. Marcelo Amato): Certo. Uau, ent?o é, realmente... a situa??o ficou realmente sob controle.

R (Dr. Youzhong An): Sim.

R (Dr. Marcelo Amato): Maravilhoso. ? muito bom ouvir isso.

R (Dr. Bin Du): Temos casos novos importados, hoje cerca de 47 casos em toda a China. N?o em Wuhan, porque Wuhan ainda está em quarentena.


P (Dr. Marcelo Amato): Entendo. Além disso, Wuhan ainda está em quarentena, mas o resto da China n?o?


R (Dr. Bin Du): Sim. Acabei de ler no jornal que a CAAC Airlines, as autoridades, eles limitam os voos internacionais, os voos internacionais diários, a companhias aéreas individuais. Apenas um voo internacional de uma única parada diária é permitido diariamente.


P (Dr. Marcelo Amato): E você tem um sentimento especial sobre... você n?o pode manter uma cidade em quarentena para sempre, certo? Ent?o, você tem uma espécie de previs?o de quando remover a quarentena, e sempre podemos pensar em fazer isso, mas manter uma vigil?ncia vertical muito alta, como dizemos, onde qualquer novo caso é extremamente perseguido e as pessoas fazem meio que uma investiga??o muito profunda em cada novo caso, e suspender a quarentena? Qual é a sua opini?o sobre isso?


R (Dr. Bin Du): A política de quarentena terminará em 8 de abril. No entanto, ainda acredito que o governo e a equipe do CDC manter?o uma vigil?ncia muito alta sobre todos os que entram e saem de Wuhan, ou mesmo da província de Hubei.


P (Dr. Marcelo Amato): Ent?o me diga de novo, a data é 4 de abril?


R (Dr. Youzhong An): N?o, 8 de abril.

R (Dr. Marcelo Amato): 8 de abril. Certo. Estamos muito curiosos para ver o que acontece porque aqui no Brasil existe uma grande como??o devido à péssima orienta??o do nosso presidente. Ent?o, algumas pessoas est?o tentando remover a quarentena agora, o que eu acho loucura. ? bom saber que você está mantendo a quarentena até agora, e que só v?o removê-la no dia 8 de abril

R (Dr. Youzhong An): Sim, s?o mais de dois meses. Dois meses e meio.

R (Dr. Marcelo Amato): Necessário. Certo. Obrigado por compartilhar isso conosco.


P (Dr. Gustavo Ferreira Araújo):Desculpe. Sobre a ventila??o mec?nica, você estabeleceu tempo mínimo em dias? E outra pergunta: o momento da extuba??o é um momento de estresse; você tem algum cuidado especial nesse momento?


R (Dr. Bin Du): Bem, n?o acho que temos uma restri??o ou limite na dura??o da ventila??o mec?nica em nossos pacientes. E para a retirada do ventilador, acho que a maioria de nós n?o faz mais Tps. Usamos apenas o ensaio de CPAP ou PS baixo - digamos suporte de press?o de 7 ou até 5 centímetros de água, a press?o da água. No entanto, uma vez extubei os pacientes, eu fiz isso só com meu protetor facial, o que n?o faz mal. Portanto, n?o é nada t?o especial. Quero dizer, para pacientes que desenvolvem insuficiência respiratória, a insuficiência respiratória geralmente come?a na segunda semana e no início da segunda semana. E sempre que o paciente fica intubado, costumamos ficar duas ou três semanas, quer dizer, em ventila??o mec?nica. Isso significa que sempre que você come?a a retirar o paciente do ventilador, para a maioria dos pacientes, já passou um mês do início da doen?a. E assim, o teste de PCR nesta fase é geralmente negativo, muitas vezes negativo. Ent?o n?o importa.


P (Dr. Marcelo Amato): E você tenta ser um pouco mais conservador em termos de critérios de retirada? Ent?o você é um pouco mais cauteloso em termos de prolongar um pouco mais para ter certeza de que todos os par?metros estejam corretos antes de fazer a retirada? Você faz isso com todos os outros pacientes da UTI?


R (Dr. Bin Du): Bem, eu acho que os clínicos tendem a ser mais conservadores ao extubar os pacientes ou ao retirar o paciente do ventilador. N?o sei porque, mas acontece.


P (Dr. Marcelo Amato): Provavelmente. Sim, sim. Mas acho que é um procedimento sensato, porque n?o queremos reintubar um paciente assim, e depois parecesse assim, que é a sua impress?o geral. Afinal, para o H1N1, as infec??es secundárias eram um pesadelo. Mas parece que para esses pacientes n?o é tanto. O que você acha?


R (Dr. Bin Du): Bem, a pneumonia por SARM é muito rara. Sempre aconteceu. Quer dizer, em pacientes com COVID-19 nunca vi um caso. Nunca vi um caso de pneumonia por SARM. No entanto, CRE ou Acinetobacter resistente a carbapenem s?o mais comuns. E para aspergilose, vi alguns casos problemáticos com API, aspergilose pulmonar invasiva. E eu sei pelos resultados da autópsia, eu sei que alguns pacientes tiveram API, evidência patológica de API.

R (Dr. Youzhong An): Mesmo para casteriza??o. Só temos pacientes cujo teste G é alto, mas vimos a radiografia de tórax e duvidamos disso, mas precisamos fazer a prova.


P (Dr. Marcelo Amato): Talvez porque eles usam esteroides, ou n?o tem rela??o alguma?

P (Dr. Bin Du):Você quer dizer API ou...?


R (Dr. Marcelo Amato): N?o, o aspergillus.

R (Dr. Bin Du): Bem, n?o sei. Esses pacientes apresentaram linfocitopenia. A infraestrutura do sistema respiratório foi danificada pelo vírus. Portanto, ambos podem contribuir para a aspergilose pulmonar. N?o necessariamente esteroides, embora eu ache que os corticosteroides podem aumentar a probabilidade ou o risco.

R (Dr. Youzhong An): A maior parte da infec??o secundária é gram-negativa. ? como o Dr. Du disse; talvez algum CRE e pulmonar.

R (Dr. Bin Du): Acho que há dúvidas sobre quanto tempo você esperaria para intubar um paciente. Minha experiência me diz que o atraso da intuba??o para a intuba??o endotraqueal pode ser um fator de risco para mortalidade. Portanto, nunca, nunca atrase a intuba??o endotraqueal sempre que o paciente n?o tiver sucesso com a VNI ou com a tentativa de c?nula nasal de alto fluxo. Nunca demore.


P (Dr. Youzhong An): Você acha que a VNI é muito perigosa para cometer erros? Eu n?o acho que seja t?o perigosa.


R (Dr. Bin Du): Bem, n?o é ventila??o mec?nica invasiva segura. Embora, de acordo com a recomenda??o ou orienta??o provisória da OMS, pode ser até mais seguro que as vers?es antigas da VNI. Quero dizer, o ventilador antigo nunca será t?o seguro quanto a ventila??o mec?nica invasiva.

R (Dr. Youzhong An): Nos Estados Unidos, alguns médicos me disseram que nunca usaram VNI para COVID-19.

R (Dr. Bin Du): Bem, eu sei que alguns dos pacientes têm sido tratados muito bem com VNI ou c?nula nasal de alto fluxo, para evitar intuba??o endotraqueal, sim.


P (Dr. Marcelo Amato): Acho importante ver o padr?o ventilatório. Eu vi também alguns casos em que foram colocados em VNI, a frequência respiratória estava muito baixa, e n?o dava para observar que o paciente n?o estava fazendo um volume corrente alto. E este é o paciente em manter, e talvez seja a única ponte de que você precisa. Mas eu acho que o maior problema é naqueles que você ainda vê um alto volume corrente. Estes s?o os pacientes pelos quais você n?o deve esperar. Você concorda?


R (Dr. Bin Du): Claro, eu concordo.

R (Dr. Marcelo Amato): Ent?o, eu acho que n?o devemos colocar uma espécie de marca, tipo, n?o usar ventila??o n?o invasiva. Acho que dá para fazer um ensaio e, se o paciente estiver muito calmo, muito bem adaptado, e n?o exigir muito esfor?o, pode ser uma boa ponte.

R (Dr. Bin Du): E também acho que a janela de observa??o de 2 a 6 horas durante o teste de VNI é muito complicada. Quero dizer, conforme recomendado pela orienta??o da OMS. ? muito difícil. Mas, de qualquer forma, n?o deve levar mais de um ou dois dias na minha opini?o. Você precisa de recursos humanos experientes.


P (Coordenador): Há uma pergunta para o Prof. Du Bin. Estamos falando da ventila??o mec?nica e algumas dúvidas aparecem aqui sobre a retirada, a extuba??o. Qual é a sua experiência com a c?nula nasal de alto fluxo ou com a ventila??o n?o invasiva após extuba??o com esses pacientes? Porque os pacientes v?o ficar mais tempo em ventila??o mec?nica e provavelmente a retirada será mais complexa do que em outros pacientes, certo? Ent?o, qual é a sua experiência com a extuba??o?


R (Dr. Bin Du): Bem, tem sido usada. Tem sido usada após os pacientes serem extubados do ventilador. Eles foram retirados do ventilador e extubados. Tanto a ventila??o n?o invasiva quanto a c?nula nasal de alto fluxo têm sido utilizadas. Sim, mas n?o em todos os pacientes. Apenas em alguns pacientes selecionados de acordo com o critério dos médicos responsáveis pelo tratamento.

R (Dr. Youzhong An): Sim, para alguns pacientes nós radiografamos, também usamos uma c?nula nasal de alto fluxo e nós ... também usamos VNI várias vezes, talvez diariamente, talvez 4 vezes, 3 vezes ao dia, para que os pacientes recebam oxigênio melhor, até para manter o pulm?o aberto.


P (Coordenador): Certo. Mais uma última pergunta. Nós sabemos que para... para a FDA n?o está t?o claro... eles falam sobre o uso de máquina de anestesia para esse paciente ventilar na UTI, mas é por falta de ventiladores mec?nicos no mundo, em alguns países. Também no Brasil alguns hospitais nos questionaram sobre o uso de máquina de anestesia para ventilar, para dar suporte ao paciente em uma emergência. Dr. Manoel, Dr. Regatieri, poderiam compartilhar um pouco mais sobre isso?


R (Dr. Bin Du): Ent?o, é outra pergunta para nós, certo? N?o, a máquina de anestesia n?o foi usada aqui. Quer dizer, para ventilar pacientes com COVID-19. Que eu saiba, nem aqui em Wuhan nem em outras das cidades. N?o tenho conhecimento de nenhum caso.


P (Dr. Marcelo Amato): Isso era muito comum na Itália, certo? Mas n?o na China.


R (Dr. Bin Du): N?o.

R (Dr. Fábio Regatieri): Acho que a máquina de anestesia é capaz de ventilar esses pacientes. ? minha opini?o pessoal. Certo?

R (Dr. Marcelo Amato): Melhor do que compartilhar o circuito com apenas um ventilador.

R (Dr. Fernando Suparregi): Obrigado a todos por compartilhar sua experiência.


O webinar é iniciado e organizado pela Mindraiy no interesse da comunidade de saúde em combater a COVID-19. Agradecemos a contribui??o de todos os palestrantes que participaram da discuss?o de forma voluntária e sem conflito de interesses.